quinta-feira, 14 de abril de 2016


OBELISCOS, SEUS REAIS SIGNIFICADOS.


Amigos e amigas,
Na cidade de vocês existem monumentos como este, que está na imagem abaixo?



Provavelmente, sim. 
Estes monumentos são chamados de OBELISCOS e estão espalhados por todo o mundo e praticamente podem ser encontrados na maioria das cidades.

Abaixo alguns Obeliscos famosos do mundo.

























Isso seria apenas uma coincidência artística? Um gosto globalizado pelas mesmas coisas, ou uma influência religiosa pagã, resistente e diabolicamente orquestrada?

Vamos ver a origem e o significado deste símbolo Mundial.

NO EGITO


A LENDA DO DEUS NUT


Os povos da antiguidade depositaram nas relações sexuais poderes para criação não só do semelhante, mas do universo como um todo, tudo podia ser explicado através de atividades sexuais.  Sendo assim os deuses pagãos viviam em intensa atividade sexual com seus pares.
Na mitologia egípcia a terra e o céu eram dois Deuses, o deus Geb e a deusa Nut respectivamente, ambos permaneciam junto em uma atividade sexual constante sem autorização do seu avô o deus Ré e do seu pai o deus Chu. Por ciúmes, eles foram afastados um do outro e “impedidos de se unir sexualmente, não obstante as fortes ereções de Geb-terra dirigidas à sempre inatingível Nut.” (RAMOS, 1999).

Quadro Egípcio mostrando a deusa Nut e a deus Geb.
Os egípcios passaram a construir obeliscos gigantescos que representavam o membro sexual masculino de deus Geb tentando, sem sucesso, copular com a deusa Nut.  Em várias figuras do Egito encontramos o casal de Deuses sendo representado pela deusa por cima e o deus embaixo, ou seja, o céu por cima e a terra por baixo.

Geb é um deus facilmente reconhecido na iconografia egípcia por ser representado nu e com o seu falo (erecto ou flácido) visível. Quando tem o falo erecto pretende simbolizar o seu eterno e incontido desejo pela deusa-céu que sobre ele se arqueia (a abóbada celeste azul), também nua, embora distante e separada pelo espaço/ ar existente entre ambos (Chu). Provavelmente devido à frustração da sua existência individual.(RAMOS, 1999)

A LENDA DE ÍSIS E OSÍRIS


A origem secundária dessas estruturas também nos remetem a mitologia egípcia. Nut a deusa céu, depois de copular com o deus terra Geb, foi mãe de Osíris, Seth, Isis e Néftis. Através da lenda de Isis e Osíris intensificou-se, no Egito, a tradição de erigir obelisco. Acompanhe comigo a lenda:
A lenda de Osíris é uma história endogâmica que envolve os quatro irmãos: Osíris, Isis, Seth e Neftis. Osíris era casado com Isis, e Seth, com Neftis. Osíris mantinha relações às escondidas com Neftis, a esposa de seu Irmão, enquanto este era apaixonado por Isis e esposa de Osíris. Seth, com ciúmes, preparou uma armadilha e matou Osíris. Depois despedaçou o corpo do irmão e espalhou os pedaços por várias partes do Egito. Desesperada, “Isis sai em busca das partes fúnebres do corpo, contando com a ajuda de sua irmã Néftis e Anúbis, deus chacal, que ajuda a farejar os restos mortais de Osíris. Encontram todas as partes de Osíris exceto o falo (o pênis).que havia sido engolido por um crustáceo oxirrinco.” (SANTOS, 2003) Como era uma parte muito importante para Isis, ela fez uma estátua em forma de um pênis e passou a reverenciá-la como um deus. Isis teve um filho de Osíris, mesmo ele estando morto, e deu-lhe o nome de Horus. Ela também criou um festival em homenagem ao tal objeto em forma de pênis. Como mostra muito bem a mestra em história da UNESP, em sua dissertação sobre a Religião e Sociedade no Egito Antigo: uma Leitura do Mito de Isis e Osíris na obra de Plutarco.
A festa teria surgido quando Ísis, não tendo encontrado o falo de Osíris, fez uma imitação, consagrando-a e instituindo uma festa em sua honra. Era chamado da múmia do grande falo e na festa das Pamylias, era exibido ao público uma estátua cujo falo era três vezes maior do que o normal, demonstrando e ressaltando a potência fecundante e reprodutora do deus. (SANTOS, 2003)
Possível representação de Ísis lamentando a perda de Osíris
(terracota, XVIII dinastia egípcia, Museu do Louvre, Paris)

NA ÍNDIA


A adoração e reverencia ao órgão sexual masculino era, nos povos pagãos antigos, uma prática quase constante e os nossos belos obeliscos são, infelizmente, um tardio simbolismo desta. Eles estão sempre em uma base redonda ou, quando não, a área ao seu redor, é. Isto não é mera coincidência. Como o obelisco simboliza o pênis que é conhecido também por Phalos, a forma redonda em que ele está associado, representa o órgão sexual feminino, que é conhecido por vários nomes, a saber: Cetis, Yoni, Arami, entre outros, dependendo do país. 
Entre as nações orientais da Índia, o mesmo símbolo prevalecer sobre o nome de Lingam. Porém Phallus ou Lingan representava apenas o princípio masculino. Para traçar o círculo completo da geração é necessário dar mais um passo.  Assim, encontramos o Cteis dos Gregos e o Yoni dos Indianos, que eram os símbolos do princípio gerador feminino, de prevalência co-extensiva com o Phallus. O Cteis era um pedestal ou receptáculo côncavo e circular, em que o Phallus ou colunas se apoiava e do centro do qual surgia.
A união do Phallus  e do Cteis, ou do Lingam com o Yoni, numa figura completa, como objeto de adoração, era um modo mais usado de representação. Isso estava estritamente de acordo com todos os sistemas de Mitologia Antiga, que se apoiava na Adoração das formas prolíficas da natureza.(CLYMER, 1970)
Na Índia a figura composta é considerado o símbolo do equilíbrio do masculino e do feminino. É undos principais símbolo religioso do Hinduismo e é um dos principais símbolos sexuais do masculino e do feminino.

É conhecido como Lingam e Yoni e é formado, em sua base, pelo Yoni, uma estrutura semicircular, que representa a vulva ou útero feminino, principal símbolo de Pavarti. Ao centro do Yoni encontramos um pequeno monólito ereto que simboliza o falo, símbolo da masculinidade conhecido como Lingam e que representa o deus Shiva, considerado um dos deuses mais poderosos do panteão hindu. Esse símbolo, portanto, representa a união sexual dos dois deuses, que mantêm o equilíbrio e a vida do universo. (RODRIGUES, 2013)

Reverencia hindu ao conjunto Lingam e Yoni

Nossos obeliscos atuais também seguem o mesmo simbolismo: em sua grande maioria eles são colocados dentro de forma semi-circulares, que representam a vulva ou o órgão sexual feminino.

Obelisco no centro da cidade de Campina Grande, na Paráiba.


Obelisco na praça de São Pedro, no Vaticamo, 

OBELISCOS ESPECIAIS


O DA PRAÇA DE SÃO PEDRO NO VATICANO


Em pleno coração do Cristianismo, na frente da Igreja de São Pedro no Vaticano, repousa um gigantesco obelisco egípcio que representa um símbolo religioso pagão de adoração ao sol. Como lembra Rodrigues, "o Obelisco da praça de são Pedro e um dos mais antigos símbolos religiosos e sexuais da humanidade. Provavelmente, serviam de culto à fertilidade. Os obeliscos egípcios são estrutura monolítica, com quatro faces, possuindo uma infinidade de significados, sendo os principais, o culto ao sol e ao falo dos principais deuses masculinos como Hórus, Osíris e Seth.

O Obelisco do Vaticano representa, segundo a Igreja de Roma, o local onde Pedro foi martirizado, entretanto, ele foi colocado ali em 1586, antes ele pertencia ao Circus Maximus, que foi construído pelo imperador Calígula. O obelisco foi trazido do Egito por Calígola, e representava, em toda a sua loucura, o seu pênis. O Papa Sixto V, como parte do plano para embelezar Roma ordena a transferência do obelisco, que ficava à aproximadamente 300m do vaticano, para a frente da Basílica do Vaticano.

Em 10 de setembro do ano de 1586, 900 homens, 150 cavalos, incontáveis talhas e centenas de metros de corda, colocaram em pé, no centro da Praça de San Pedro, em Roma, o enorme obelisco egípcio de 350 toneladas, com mais de 25 metros altura e  mais de 4.000 anos de idade. (POTYLINE, 2013)

Quadro representando o gigantesco esforço para levantas um símbolo pagão de adoração ao pênis.

Segundo Rodrigues, o obelisco deseja simbolizar que o Cristianismo está centralizado na força divina de Deus, que, desde a época do Antigo Testamento, o Deus dos judeus tem sido considerado um Deus masculino. Ou seja, o falo, símbolo original do obelisco, também se enquadra nas doutrinas tanto do Judaísmo, como do Cristianismo em antropomorficamente identificar Deus como um Ser masculino. Sendo assim, a simbólica da Praça vaticana possui, em um de seus múltiplos significados, um significado simbólico-sexual. (RODRIGUES, 2013)

O DA MINHA CIDADE, CAMPINA GRANDE


O grande obelisco erguido no marco zero da cidade de Campina Grande, na Paraíba foi construído no governo do prefeito Evaldo Cruz (1974 – 1976), ele, foi construído como homenagem aos índios Arúis, pois pensava-se à época que teriam sido os primeiros habitantes da cidade. Depois de muita polêmica, descobriram que os índios Cariris foram os pioneiros, contudo a obra foi erroneamente dedicada aos Ariús. Se eles tivessem dito a verdade, que ele era um monumento dedica a adoração aso órgão sexual masculino ou de adoração ao sol, não teriam aquele problema.

Obelisco do Açude Novo enfeitado para o maior São João do Mundo

Foi deposita embaixo do obelisco uma capsula do tempo pelo prefeito Evaldo Cruz, contendo: um depoimento do então prefeito; um filme do desfile do 110º aniversário da cidade, realizado à noite, em 1974; um filme sobre Campina Grande, realizado em 1973 e exibido nos cinemas da cidade: "Que cidade é esta" e Jornais e fotos da época do 1º centenário. Só não descobri em que ano a capsula do tempo será aberta.

  

UMA CURIOSIDADE


Nos países onde a maçonaria ainda é muito forte, como é o caso dos Estados Unidos da América, os maçons colocam obeliscos em seus túmulos.


Um cemitério de maçons, cada túmulo com seu respectivo obelisco.

BIBLIOGRAFIA E REFERENCIAS

RAMOS, Maria D E Fátima P. A Sexualidade no Mundo Antigo. 1999.
RODRIGUES, Marcel Henrique. Uma teoria sobre a simbologia na Praça de São Pedro, no Vaticano, arquitetada por Gian Lorenzo Bernini. p. 8–25, 2013.
SANTOS, POLIANE VASCONI DOS. Religião e Sociedade no Egito Antigo: Uma Leitura do Mito de Ísis e Osíris na Obra de Plutarco. 2003.

segunda-feira, 28 de março de 2016

A ARMADILHA DO CONHECIMENTO 

"GNOSE"


INTRODUÇÃO

O QUE DE GNOSE


A palavra gnose, do grego de gnosis, significa conhecimento, ela deu origem a um conjunto de correntes filósofo-religiosa, que segundo alguns historiadores apareceram nos primeiros séculos da era Cristã, seus seguidores são denominados, gnósticos.

Existem inúmeras definições de gnose e de gnóstico, mas gostaria de apresentar uma, feita pelo padre da Igreja Católica de Roma, Francisco, em seu canal no YouTube, mais precisamente no vídeo, Como identificar um gnóstico em uma comunidade católica, neste, ele nos apresenta uma definição precisa e concisa: 

Historicamente falando poderíamos reduzir o conceito de gnóstico em duas características básicas: primeiro, a pessoa crer que este mundo, a realidade a qual nós vivemos é uma realidade má, opressora, que nos escraviza; segundo, existe um conhecimento que nos liberta desta realidade opressora. A pessoa acredita que há uma salvação desta realidade através de um conhecimento, gnose. Pode existir de índole religiosa, acreditam que existe um Deus mal, um demiurgo, que criou este mundo, e um Deus bom que me dá um conhecimento que me liberta as almas da prisão deste mundo. Este é o gnosticismo clássico... (grifo nosso)

Do modo geral, concorda-se que na corrente religiosa gnóstica “está orientado, em última análise, para a soteriologia, isto é, tem como meta a salvação, o resgate da partícula divina que desgraçadamente se encontra imersa na matéria”(FERNANDES, 2002).


A tentação, de Jacopo Della Quercia
Para clarear o que foi escrito até agora, temos que voltar ao princípio da criação do homem, que segundo as escrituras, os primeiros seres humanos, Adão e Eva, foram advertidos por Deus de que, se comessem do fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, certamente morreriam. No entanto, instigados pela serpente, ambos comeram o fruto proibido, tendo Eva cedido primeiramente à tentação e posteriormente oferecido o fruto a Adão, que o aceitou. (GÊNESIS 3, 1-6).


Devido a desobediência, Adão e Eva foram expulsos do Paraíso e a humanidade herdou o que para o Cristianismo chama de Pecado Original, que segundo a catecismo da Igreja Católica, “O gênero humano inteiro é em Adão "sicut unum corpus unius hominis - como um só corpo de um só homem" Em virtude desta "unidade do gênero humano", todos os homens estão implicados no pecado de Adão” (CATECISMOS CATÓLICO, §404)



Pelo Pecado Original, tivemos a necessidade da vinda de Cristo para resgatar a humanidade, pois “por Adão veio a morte, mas por Cristo a ressurreição! Por Adão entrou o pecado, mas por Cristo a vivificação! O primeiro Adão, alma vivente. Mas o último… Espírito vivificante! (COUTO, 2014).

Então Jesus Cristo veio “Vivificar”, ou seja, trazer a vida para aqueles que estavam mortos pelo pecado Original. É consenso geral na doutrina cristã, não há salvação sem o sacrifício de Jesus Cristo na cruz, “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (ATOS 4-12)


Então apresenta-se aqui duas vertentes para a salvação humana: uma através Conhecimento “Gnose” e outra pelo simples reconhecimento de Jesus como salvador.


COMO A GNOSE CHEGOU AO HOMEM


Analisaremos agora como é formulada a teologia gnóstica do “Conhecimento” como forma de salvação, ou como “Salvador”. Para tento que responder as seguintes perguntas: Qual é o conhecimento a que os gnósticos acreditam ser salvador? Como é conseguido e porque precisamos dele?
Respondendo a primeira pergunta feita acima, temos que entender que o Deus mal, ou Demiurgo, é considerado “um Deus que criou o Universo, organizando a matéria preexistente, uma criatura intermediária entre a natureza divina e a humana, (HOLANDA, 2004). Não um Deus onipotente, onisciente e onipresente como é encarado o Deus dos Judeus. Em sua maldade, Ele criou os primeiros seres humanos, mas por porá maldade, negou-lhes o conhecimento, os proibindo de comer da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Então entrou em cena um personagem: a serpente, que incorporada pelo espírito de um anjo de Lúcifer, deu à humanidade o Conhecimento, fazendo-os comer da Árvore proibida. Para corroborar com estas minhas palavras, cito o autor Fedeli, Orlando, com seu esclarecedor livro, Gnose: religião oculta da história:
Ora, sabe-se que a árvore do fruto proibido do Éden era exatamente a árvore do conhecimento ou ciência do bem e do mal (Gen. II,10). Assim, teria sido a gnose a tentação de Adão. Com efeito, a serpente prometeu a nossos primeiros pais que, se comessem o fruto proibido, "seriam como deuses, conhecendo o bem e o mal" (Gen., III,5). A tentação de Adão e Eva foi a de se tornarem deuses. Essa é a grande tentação do homem, que, levado pelo orgulho, como Lúcifer, não admite sua finitude, não aceita sua contingência. 
Percebe-se, com esta interpretação, que o ato praticado por Eva e Adão, causador da queda da humanidade, ganha um sentido benéfico, ou seja, inverte-se o conceito de pecado, para um “ato de libertação para o futuro da raça humana”(HOWARD; JACKSON, 2008).

QUEM DEU A GNOSE AO HOMEM



Para os Cristãos, quem deu à comer da Árvore do Bem e do Mal ao homem foi Satã, ou Satanás, Para os Gnósticos tal ato foi praticado por Samael, que em certos textos aparece como Lúcifer e em outros, como um espírito deste.

Para a Teosofista, religião ocultista e esotérica, Samael e Anjo da Morte, a Serpente sedutora, Satanás; mas este Satanás, é também Lúcifer.(BLAVATSKY, 1973).

Então, aquele ato, ainda hoje é relembrado, idolatrado, procurado e praticado pela religião Gnóstica, que agindo como Satanás oferece o Conhecimento que pode levar o homem a ser um deus, efetivamente é a mesma promessa da serpente: 

Assim, a gnose pretende oferecer ao homem um conhecimento natural que o colocaria em posição de compreender - e portanto superar - a Deus, de compreender o mal, e, ademais, de conhecer sua natureza mais íntima, que seria divina.
[...]
A gnose é então a religião que oferece ao homem o conhecimento do bem e do mal. (ORLANDO FEDELI, 2007)

CONHECENDO A ARMADILHA DE SATÃ


E costumeiro, encoramos, principalmente nos grandes centros urbanos, cartazes que chamam a população para participar de cursos, geralmente gratuito, sobre Conhecimento Interno ou Autoconhecimento são formas de captação de novos adeptos. Uma coisa se destaca nestes cartazes, nada do que citamos anteriormente é citado e os possíveis participantes só depois descobrem que estão envolvidos em uma instituição luciferiana.
Os “alunos” ou futuros iniciados, durante os cursos são, aos poucos envolvidos e encorajados a trabalhar com forças demoníacas e luciferianas. O autor Ingo Wulfhorst, teve a oportunidade de participar de um destes curso e escreveu um belo trabalho para a revista Estudos Teológicos: 

Nas 25 aulas da Fase B dois alunos em cada aula apresentam um tema tratado na fase A, como exercício de fixação doutrinária. O tema é aprofundado e ampliado pelo instrutor. Após as perguntas iniciam as “ práticas”, que consistem de “ relaxamento, concentração exterior, concentração interior” e outras práticas meditativas. Elas servem para relaxamento, como o nome da primeira “ prática” expressa. Mas o objetivo final é o “ desdobramento”, ou seja, fazer com que “a consciência”, o “espírito com o seu corpo astral” , conforme o espiritismo, saia do corpo físico e faça suas “viagens astrais” nos diversos mundos. Nessas “viagens” o gnóstico entraria em contato com “ os mestres superiores” e outros espíritos, inclusive com “demônios” ou “forças lucíferas do mal”, aprendendo “ por experiência própria” a doutrina da Gnose. (INGO WULFHORST, 1995) 

CONHECENDO UM DOS PAIS DA CRIANÇA


O Cristão que entra enganado em uma Seita religiosa como a Gnose, deve ficar bem impressionada ao descobrir que o fundador da grande maioria das organizações gnósticas existentes hoje, se identifica com o nome do próprio Satanás.

Victor Manuel Gómes Rodriguez, o "anjo Samel."
Ele leva jeito, para o tipo de anjo que incorpora!

Esta imagem é para aqueles que afirmam que a Gnose não é uma religião, final
uma imagem vele mais do que mil palavras.


O colombiano Victor Manuel Gómes Rodriguez, em 27 de outubro de 1954, depois de um acontecimento espiritual, recebeu uma entidade e passou a utilizar o nome Samael Aun Weor, o mesmo nome do espírito de Lúcifer que tentou Eva, e que provocou a queda da humanidade.

Samael, no Talmud, Zohar e outros livros que comentam a Bíblia, é mencionado como um “Anjo Caído” (efetivamente, ele estava “caído” até o século passado, mas, para cumprir sua missão como Avatar da Era de Aquário, teve que levantar-se e o fez magistralmente. Por isso, vale a pena conhecer sua vida e sua obra. (Porém, o que significa “levantar-se”?)
[...]
Em 27 de outubro de 1954, longe de tudo e de todos, outro acontecimento espiritual marca a vida de Aun Weor. No Templo Subterrâneo de Serra Nevada de Santa Marta, Colômbia, acontece o advento do Cristo Samael no Boddhisattwa Aun Weor.(KARL BUNN, 2005)

Sem meias palavras, Samael Aun Weor, ao se dirigir aos seus adeptos em uma Conferência no Auditório Cívico do Estado de Guadalajara, em 1975, assim se identificou:

Muita gente acredita que Samael é apenas um pseudônimo. Não! Efetivamente, Eu Sou Samael! Vocês mesmos devem ter lido ou ouvido dizer que a Cabala fala de Samael, qualificando-o como o Anjo Regente do planeta Marte. Na Bíblia, Samael é qualificado como demônio. Não importa!
O fato é que eu sou Samael! E digo com toda franqueza e honestidade que isso é verdade e, ainda que me levassem a um paredão de fuzilamento, não mudaria de ideia. Eu não tenho pseudônimo! Repito: Eu sou Samael!
[...]
Portanto, falo do que tenho vivido e experimentado! Estou dentro deste corpo para poder ajudar a humanidade. Mas, em nome da verdade, digo que eu sou o Arcanjo Samael! Se os ignorantes querem dar risada do que estou dizendo ou se não aceitam esse fato, não importa! Não é problema meu!

METODOLOGIA PARA O TAL CONHECIMENTO 


Um fator importante a ser destacado na metodologia aplicada pela teologia gnóstica e que ela, como todas as religiões ocultista, utiliza princípios de Magia Sexual, ou Alquimia Sexual, para alcançar os seus objetivos:

Além disso, os gnósticos concebiam  que para iniciar o processo de crescimento era necessário um ato de geração sexual, envolvendo um princípio universal masculino e feminino. A analogia sexual foi também usada para ilustrar como é implantada na alma “virgem” de um ser humano a semente de Deus, em uma união mística, ou hieros gamos. O simbolismo sexual destacava-se nas cerimônias gnósticas.(CHRISTOPHER MCINTOSH, 1987)

Um dos livros do Líder seita, que poder ser baixado pela internet.
link no final da postagem.

No site Gonseonline.org encontramos várias definições de gnose e entre eles uma que afirma: “A Gnose é o comportamento religioso que traduz esta profunda e dolorosa sensação que sentem os homens e mulheres pela separação dos pólos humano e divino. É, no fundo, uma tentativa de compreensão das relações entre o homem e a divindade.” (GNOSEONLINE.ORG) (grifo nosso)

Encerando este resumido trabalho sobre a Gnose podemos perceber que “essa é a essência da Gnose ou auto conhecimento do divino expresso por meio dos ensinamentos ocultos das tradições luciferiana.(HOWARD; JACKSON, 2008)


CONCLUSÃO


A Gnose se comporta como todas as religiões ocultistas e esotéricas, para o recém iniciado ela aparece como uma coisa, e só depois que ele está envolvido, e muitas vezes envolve até o restante da família, descobre os reais objetivos dela.

A promessa da serpente edênica ainda hoje atrai homens e mulheres, seduzidos pelas falsas promessas “se fizeres o que te digo, tu se converterás em um Deus” 


Portanto, não tenham medo deles. Não há nada escondido que não venha a ser revelado, nem oculto que não venha a se tornar conhecido. O que eu lhes digo na escuridão, falem à luz do dia; o que é sussurrado em seus ouvidos, proclamem dos telhados. (MATEUS 10:26,27)
Antes de encerrar este, gostaria de lembrar que muitas instituições fazem uso dos mesmos princípios da Gnose, entre elas podemos destacar: a Eubiose, a Teosofia, a Telema e a Maçonaria. Elas são religiões denominadas luciferianas. O compreensão “satisfatória de nossos símbolos só pode ser conseguida pelo estudo do Misticismo Oriental, Cabalístico, hermético, Pitagórico e Gnóstico.(CLYMER, 1970) (grifo nosso)

Praticamente há um consenso entre as religiões ocultistas: eles relacionam Lúcifer com a luz; eles se pendem a etimologia do vocábulo e usam sempre Luz para identificar o Arcanjo Rebelde. Por este motivo é que encontramos passagem como esta:


A maçonaria é a gnose e os falsos gnósticos fizeram condenar os verdadeiros. O que os obriga a esconder-se, não é o temor da luz, a luz é o que eles querem, o que eles procuram, o que eles adoram. (ORIGENS MÁGICAS DA MAÇONARIA, Éliphas Lévi). (grifo nosso)

Naldo Guedes




BIBLIOGRAFIA E REFERENCIAS

BLAVATSKY, Helena Petrovna. A DOUTRINA SECRETA. São Paulo: Editora Pensamento, 1973, v. I.
CHRISTOPHER MCINTOSH. Os Mistérios da Rosa Cruz. São Paulo: Editora Ibrasa, 1987.
CLYMER, R. Swinburne. Antiga Maçonaria Mística Oriental. [S.l.]: Editora Pensamento, 1970.
FERNANDES, José Manuel. Messianismo Gnóstico: Entre o Reino e a Redenção. Discursos e Práticas Alquímicas V. II, 2002. HOLANDA, Aurélio Buarque De. Dicionário da Lingua Portuguesa. [S.l: s.n.], 2004.
HOWARD, Michael; JACKSON, Nigel. Os Pilares de Tubalcaim. São Paulo: Editora Madras, 2008.
INGO WULFHORST. Movimento Gnóstico Cristão Universal do Brasil para a Nova Ordem. Estudos Teológicos, p. 25, 1995.
KARL BUNN. Samael Aun Weor: O Grande Mestre Gnóstico do Século XX. 2005.
ORLANDO FEDELI. Gnose Religião Oculta da História. [S.l: s.n.], 2007.
SAMAEL AUN WEOR (Conferência no Auditório Cívico do Estado de Guadalajara, em 1975.)
http://triplov.com/coloquio_4/gnostico/fernandes_01.htm.

quarta-feira, 23 de março de 2016


PÁSCOA

QUAL É A SUA? 


INTRODUÇÃO

Vamos analisar uma festa que é comemorada praticamente em todo o mundo e que tem muita importância para o calendário das maiores religiões da atualidade, a Páscoa.

Veremos em que situações elas surgiu e as modificações que sofreu durante os séculos.

De onde vem a pascoa?

A Páscoa, de origem hebraica (פֶּסַח) Pêssach, que significa salto, pulo. O salto do (מַלְאַךְ) anjo do Eterno (יהוה) sobre as casas dos filhos de Israel escravizados no Egito, livrando-os da última praga de Deus. (Êxodo 12, 27).


Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família. Êxodo 12:3
E o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde.E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem.E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão.Não comereis dele cru, nem cozido em água, senão assado no fogo, a sua cabeça com os seus pés e com a sua fressura.E nada dele deixareis até amanhã; mas o que dele ficar até amanhã, queimareis no fogo. Êxodo 12:6-10
Então direis: Este é o sacrifício da páscoa ao Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e livrou as nossas casas. Então o povo inclinou-se, e adorou.E foram os filhos de Israel, e fizeram isso como o Senhor ordenara a Moisés e a Arão, assim fizeram.E aconteceu, à meia-noite, que o Senhor feriu a todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se sentava em seu trono, até ao primogênito do cativo que estava no cárcere, e todos os primogênitos dos animais. Êxodo 12:27-29

Até a presente data o povo de Israel comemora a pascoa no 14º dia do mês de Nisan (primeiro mês do ano), que pode cair em qualquer dia da semana.

Que relação a Páscoa tem com Jesus Cristo?

A páscoa para o cristão e a comemoração da ressurreição de Jesus Cristo, que por coincidência, naquele ano, aconteceu em um domingo, dia seguinte à Páscoa Judaica.

Como a Páscoa Judaica, pode cair em qualquer dia da semana, porque a Páscoa Cristã é comemorada sempre aos domingos?

Os líderes das várias denominações “Cristã”, 300 anos depois da morte de Jesus, no ano de 325, realizaram uma reunião que ficou conhecida como o primeiro Concílio Ecumênico “realizado em Nicéia, convocado pelo Imperador Constantino Magno, quando os santos Padres da Igreja resolveram, por unanimidade, que a Páscoa seria comemorada por todos os cristãos no mesmo dia. As resoluções daquele concílio para a celebração da Páscoa foram: a Páscoa deverá ser comemorada sempre num Domingo e que será comemorada no Domingo que segue a lua cheia do equinócio da primavera no Oriente, isto é, depois do dia 21 de março”. (DIOCESE ORTODOXIA, 2016).

Então a Páscoa Cristã era agora no Dies Dominica aut Solis dies (Dia do Senhor ou Dia do Sol), para os romanos.
Àquela época, se existisse alguma comemoração pela ressurreição de Jesus Cristo, era realizada seguindo o Calendário Judaico, logo, no dia seguinte ao Pêssach, não importando em que dia da semana caísse.

Por que a data da Ressurreição de Cristo foi fixada no domingo e Por que a igreja utilizou o Equinócio de Primavera como momento do ano para fixar a ressurreição?

Para entendermos a posição daqueles líderes cristãos, temos que lembrar, que Roma, àquela época da história, adorava vários deuses e o imperador Aureliano, no ano 270 d.C., tinha introduzido um culto oficial do Sol Invicto (Mitra), fazendo-o a primeira divindade do império. O sol que era a representação do deus Mitra, readquiria suas forças (ressuscitava) em cada Equinócio de Primavera.
A Igreja substituiu das referências lunares dos Judeus pelas, solares dos Romanos.

A partir daquela data os cristão não poderiam mais comemorar a Ressurreição de Cristo, em seu dia real, pois a Páscoa Católica passou a acontecer inevitavelmente após a Pascoa Judaica.

O que é Equinócio de Primavera?

Equinócio de Primavera é quando o Sol está no Ponto Vernal, que segundo a Wikipédia, a enciclopédia livre é o ponto da esfera celeste determinado pela posição do sol quando esse, movendo-se pela eclíptica, cruza o equador celeste - em proximidade ou no dia 21 de março - determinando o equinócio de primavera para o hemisfério norte e o de outono para o hemisfério sul.


Com aquela modificando, a Igreja o colocou o dia da Ressurreição, junto de uma festa pagã que era realizada há muitos anos, desde os tempos da Babilônia.

Vai-e-vem, encontramos líderes da Igreja Católica afirmarem como a justificativa, que a Igreja cristianizou as festas pagãs, mas como veremos, o que aconteceu foi uma paganização do Cristianismo, pós Nicéia.

Tem outro deus na jogada?

Temos então a entrada em cena de uma personagem bastante interessante que é relacionada exatamente como o equinócio da primavera, a deusa Ostera.

E o que a deusa Ostara tem a ver com isto? Simplesmente porque o seu nome, Eostre ou Ostera, como também a deusa é chamada, tem origem anglo-saxã provinda do advérbio ostar que expressa algo como “Sol nascente” ou “Sol que se eleva”. É exatamente o que acontece a partir do equinócio de primavera, o sol passará a ficar cada dia mais tempo no céu, provocando dias mais longos.
Nos Estados Unidos da América, a Páscoa é chamada de Easter e na Alemanha é Ostern, nomes derivados da deusa Ostera.

Cartaz comemorativo da páscoa na Alemanha

Cartaz comemorativo da páscoa nos EUA.

A deusa Ostara, e também relacionada com a deusa grega Eos, deusa do Amanhecer na mitologia grega. Outros a associam com Astarte (deusa Fenícia) e Ishtar (deusa Babilônica), devido às similaridades em seus respectivos festivais da primavera. Seus símbolos são a lebre ou o coelho e os ovos, todos representando a fertilidade e o início de uma nova vida.

A lebre é muito conhecida por seu poder gerador e o ovo sempre esteve associado ao começo da vida. Não são poucos os mitos que nos falam do ovo primordial, que teria sido chocado pela luz do Sol, dando assim vida a tudo o que existe. (WIKIPÉDIA-2010)

Se ela é relacionada com Astarte a deusa fenícia, “cujo nome aparece na Bíblia como Ashtoreth. Ela está em toda parte como o grande princípio feminino, correspondendo a Baal dos cananeus e fenícios. (ENCICLOPÉDIA BRITÂNICA, 1911)

Ela também é uma representação da deusa Ishtar, que tinha alguns rituais de caráter sexual, uma vez que era a deusa da fertilidade, outros rituais relacionavam-se a libações e outras ofertas corporais, onde no equinócio da primavera, os participantes pintavam e decoravam ovos (símbolo da fertilidade) e os escondiam e enterravam em tocas nos campos. Um resquício por trás desse antigo ritual talvez seja o dos ovos de Páscoa, embora não exista uma prova concreta associando os dois rituais. De qualquer forma, em muitas culturas o ovo é considerado um símbolo de fertilidade. (WIKIPÉDIA, 2010)

Algumas religiões secretas como Rosa-cruz e Maçonaria, utilizam a data como início de um ano novo e, “em consonância com os mitos e lendas religiosas, cultuam a morte e a ressurreição dos Heróis Solares e festejam, solenemente, a chegada do Equinócio Vernal”. (REIS, DIONISIO, 2015)

Representação de Ostara para os Rosacruzes.

Como é realizada a festa de Ostara?

Tanto as organizações de bruxaria, tanto as clássicas, com a Rosa-cruz e mais modernas, como a Wicca, fazem rituais à Ostara, que consistem em ascender fogueiras ao nascer do sol, se rejubilarem, tocarem sinos e decorarem ovos cozidos, pintando-os com vários símbolos mágicos, que depois são lançados ao fogo ou enterrados como oferendas à deusa.


Ovo para o ritual de Ostara, pintado com o pentagrama mágico e escrito Abençoada Ostara.


Altar preparado para a ceia de Ostara, também com o pentagrama ao centro.
Grupo dançando se preparando para o nascer do sol do equinócio de primavera

Um altar bastante interessante, nele podemos observar a deusa e o deus cornífero que é também um deus da fertilidade.

O presidente dos Estados Unidos da América no dia de Easter (Ostara) participa, junto com as crianças da brincadeira (ritual) de procurar ovos de chocolates nos jardins da Casa Branca. Deve ser uma festa muito importante para que o presidente de um pais, como os Estados Unidos, passe uma boa parte do dia dedica a ela.

Com tudo que tem direito: ovos, coelhos, sol...


Participação da Primeira Dama norte-americana.

Para encerrar esta matéria quero retornar as atividades da nossa Igreja Católica Apostólica de Roma. Ela, preocupada com um atraso que que estava havendo no calendário Juliano, em relação a tão importante data do Equinócio da Primavera, determinou que o tempo fosse mudado. Então em 1582 foi feita uma alteração no calendário juliano que era usado a quase 1600 anos, tal alteração trousse muita confusão, mas resolveu o problema que a incomodava. O afastamento da data da Páscoa do dia do Equinócio de Primavera

O Concílio de Trento determinou a realização de alterações no calendário da Igreja. Após décadas de estudos e cálculos astronômicos, o papa Gregório XIII instituiria o novo calendário em 1582, mediante a bula “Inter gravissimas”, a fim de adequar a data da Páscoa ao equinócio da primavera no Hemisfério Norte. É em homenagem ao papa Gregório XIII que o novo calendário foi chamado de gregoriano. Este ajuste implicou a supressão de 10 dias do mês de outubro daquele ano: do dia 4 de outubro de 1582, saltou-se para o dia 15 de outubro. (ALETEIA.ORG, 2015)
 Tudo isso para honrar o dia da ressurreição do SOL, criado na Babilônia

Calendário de outubro de 1582, da quarta dia 4 passou-se para sexta dia 15

A relação entre a Igreja e o culto ao deus SOL será assunto para uma futura matéria

E agora?

O que estamos fazendo todo primeiro domingo depois da primeira lua cheia do Equinócio da Primavera?

Estamos praticando a ceia Judaica, o Pessach, com pães sem fermento e ervas amargas?

Estamos, efetivamente, comemorando o dia da ressureição do nosso Salvador? 

Ou estamos comprando ovos e coelhos de chocolate, relativos aos rituais da deusa pagã da fertilidade, Ostara?


Naldo Guedes

BIBLIOGRAFIA

REIS, A. Dionisio, Equinócio Vernal e o Ano Novo Rosacruz.
ISTHAR, Wikipédia, a enciclopédia livre.
ASTARTE, Encyclopédia Britannica / 1911
CALENDÁRIO GREGORIANO, Wikipédia, a enciclopédia livre.
http://culturahebraica.blogspot.com.br/2010/08/calendario-judaico-festivais.html

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

INICIAÇÃO NA MAÇONARIA. O QUE NÃO VÃO DIZER A VOCÊ


Você foi convidado para entrar na maçonaria? Isto é bastante interessante.  E muitas vezes enche a pessoa de orgulho, afinal de contas ela vai participar de um grupo seleto, onde só se entra através de convite.
Mas o nome correto não é entrar, e sim iniciar, porque a partir daquele instante você terá um caminho a seguir. Primeiramente você entra, ou seja, inicia sem ter a menor ideia do que vai fazer.
Aquele que lhe convidou, disse que não podai dizer nada, porque o segredo faz parte da coisa. Talvez ele mesmo não saiba o que aconteceu com ele, no dia da iniciação.
Quero neste trabalho mostrar para que serve o ritual de iniciação no primeiro grau da Maçonaria.
Como trarei informações novas para muitas pessoas, usarei citações de autores maçônicos famosos, verdadeiras autoridades na literatura maçônica e com credibilidade no que escreveram.
Sempre em meus trabalhos eu goste de citar Jorge Adoum, porque ele foi um dos poucos que falaram abertamente sobre o lado oculto da maçonaria. Ele escreveu uma série de livros denominada, Esta é a Maçonaria, onde relada sem meias palavras, o que é a Ordem Maçônica.
E quando ele escreveu para os maçons do 5º grau, disse:

Irmãos aspirantes a Mestre Perfeito, sabeis vocês quem foram Elifas Levis, Rangon, Osvaldo Wirth, Papus etc. etc...?
Se você não os conhece, assemelha-se a um maometano que não conhece o fundador da sua religião, nem o lugar onde ela foi fundada, ou então, a um cristão católico, que nunca ouviu falar do Papa nem de Roma. ADOUM, Jorge Do mestre Secreto e Seus Mistérios, p. 09.

Logo percebemos a importância que estes escritores têm dento da instituição maçônica.
Durante o ritual de iniciação é dito várias vezes que o candidato está nas trevas e que pretende ver a luz. Vendo por este lado, vemos pessoas que têm suas crenças e sabem que não estão nas trevas, mas durante o ritual de incitação, permitem que outro digam por ele, que ele está nas trevas. Será que é um mero formalismo, ou se espera que o candidato esteja realmente nas trevas?
para responder, cito Oswald Wirth em sua obra, Os Mistérios da Arte Real. A Arte Real que ele fala é a Maçonaria e ele expõe com precisão o que é "estar nas trevas":

Para pretender tornar-se Franco-Maçom, é preciso desejar a luz. Ora, nós não desejamos senão aquilo que nos falta; é, pois, necessário sentir-se nas trevas para experimentar a necessidade de sair delas. [...]  É, pois, compreensível que o sábio desdenhe de fazer-se iniciar, porque, rico daquilo que ele sabe, não tem a solicitar uma instrução nova, como o crente, certo de suas crenças. [...] A iniciação dirige-se, pois, aos espíritos inquietos, àqueles que não satisfaz aquilo que puderam aprender. É preciso estar descontente de si mesmo, de seu saber e de sua sabedoria para aspirar mais. [...] A vocação iniciática encontra-se entre esses vagabundos espirituais que erram na noite, depois de haverem desertado de sua escola ou de sua igreja, faltos de aí encontrarem sua Verdadeira Luz. P. 52

O canditado na iniciação “deve de passar por quatro provas, a saber: a da terra, a da água, a do ar e a do fogo. Isso quer dizer que deve triunfar dos quatros corpos ou quatros elementos que compõem seu ser físico”. ADOUM. As Chaves do Reino Interno.
Na primeira prova o candidato é colocado em um pequeno quanto que simboliza uma caverna, cheia de figuras de mortalidade e de elementos de alquimia.
Ao sair ele tem que realizar três viagens, que são representadas por voltas dadas dentro da Loja:

Ao dar a primeira volta na loja ou a primeira viagem simbólica sente-se o candidato rodeado de horríveis ruídos entre eles o retinir de cadeiras e de espadas que revelam a barafunda e confusão dominante no sub plano inferior do mundo astral [...] quando o candidato se aproxima do lugar do segundo vigilante chega ao segundo Portal e áli apresentado aos elementos da Terra e da água pertencentes à região onde simbolicamente acaba de chegar. Primeiro candidato se volta para o norte e faz uma apropriada oferenda aos elementais da terra e depois se volta para o sul para fazê-la aos elementais da água.
Estes elementais estão completamente sobre obediência de seu chefe, que por sua vez obedece ao segundo vigilante como guardião do segundo Portal. Pertence à espécie dos que às vezes são chamados espíritos da natureza que rodeiam e reconhecem daí por diante o indivíduo que lhe foi apresentado. Após esta cerimônia se o candidato se achar em qualquer classe de perigo não físico, ou na presença de uma influência maligna, poderá atrair para o redor de si um corpo de guardas constituído deste, mercê da Fraternidade que acaba de estabelecer com eles.
A segunda viagem simbólica é análoga à primeira com a diferença de que os ruídos são suaves e não streptococcus. [...]  o candidato chega ao terceiro Portal, situado junto ao lugar do primeiro vigilante, que é o seu Guardião. Ali, de face para o Oriente, apresentam aos elementais do ar, guardam o lado direito do portal, Edifício para o ocidente, aos elementais do Fogo, que guardam o lado esquerdo.
 A terceira viagem simbólica efetua sobre completo silêncio, o qual figura parte superior do mundo astral, contígua ao mundo Celeste. Atrás desse ficou um mundo inferior; diante dele estão as alegrias do céu, e no espaço intermediário reina o silêncio, LEADBEATER, Chrles Webster, A Vida Oculta na Maçonaria, p. 158.

Então, “aquilo que numa iniciação às vezes parece tratar-se de um cerimonial, em realidade é um processo mágico”. RIJCKENBORGH, J. Van, Filosofia Elementar da Rosacruz Moderna, p. 40.
Vemos que a iniciação é simplesmente para que o novo maçom seja apresentado aos espíritos da terra, do fogo, da agua e do ar, que são denominados, Gnomos, Salamandras, Ondinas e Silfos respectivamente. Segundo a tradição oculta maçônica estes espíritos podem ajudar o maçom na sua vida diária. Então vejamos para que servem cada um desses espíritos elementares:

Quando o homem domina seus desejos, os elementais da água acodem a servi-lo com toda obediência, buscando desse modo chegar à imortalidade por meio da energia que recebem do Íntimo no homem.
Na iniciação interna deve o neófito dominar os elementos inferiores para ser servidos pelos superiores. Uma vez dominados uns e servidos pelos outros, chega o homem a onisciência podendo, desse modo, conhecer, ou melhor, reconhecer as histórias do passado e ver o futuro.
Os elementos do ar são os depositários dos arquivos da natureza; tudo quando deseja o homem conhecer, encontra ele nos arquivos em mãos desses elementos que dentro de nós habitam.
Os elementos do ar são os que lêem os pensamentos alheios e comunicam essa leitura ao homem a que respeitam e servem. ADOUM,  Jorge,  As Chaves do Reino Interno, p. 48.

Pergunte aos Mestres Mações, se você já foi iniciado na Maçonaria; ou ao amigos que lhe convidou para entrar nela, se ainda não foi iniciado, se esta é, ou não a real finalidade da Iniciação.
Realmente eu não sei o que eles vão responder, pois muitos não sabem e os poucos, que sabem, podem mentir, como o grande maçom Albert Pike, no seu livro, Moral e Dogma,, quando ele dá instruções de como os maçons dos Graus Superiores devem proceder para com os maçons que estão nos três primeiros graus da Maçonaria, que são chamados de Nives Azuis:

Os níveis azuis não são mais que a parte de fora do Templo. Parte dos símbolos são expostos ali para os iniciantes. É intencional que eles não os entendam, mas é intencional que eles pensem que os entenderam”. PIKE, Albert, Moral e Dogma, p. 819

Mais informações importantes sobre a Maçonaria, vocês podem encontrar no meu livro A Maçonaria e os Filhas da Viúva, vendido exclusivamente pelo e-mail contato@naldoguedes.com